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MAPA DA FOME

O QUE É O MAPA DA FOME? E O QUE O BRASIL TEM A VER COM ISSO? 

A FAO (Organização das Nações Unidas pela Agricultura e Alimentação), principal órgão internacional de incentivo a políticas de combate à fome e à promoção do alimento, divulga, desde 1990, o Mapa da Fome, um estudo que reúne e analisa dados sobre a situação da segurança alimentar da população mundial, fazendo um reconhecimento de diversos países, indicando em quais regiões há partes da população consumindo uma quantidade diária de calorias inferior ao recomendado.

Para realizar a pesquisa, a FAO trabalha com um indicador chamado “prevalência da subalimentação” para dimensionar e acompanhar a fome em nível internacional. A organização combina dados sobre a oferta de alimentos e aplica questionários a parte da população para indicar o número global de pessoas subalimentadas (com alimentação insuficiente) no mundo e mostra quais regiões avançaram nas proporções de pessoas subalimentadas. Quando o indicador está acima de 5%, o país está dentro do Mapa da Fome. Quando cai abaixo de 5%, o país sai do Mapa da Fome. Acompanhe no mapa a seguir:

 

 

O Brasil esteve presente no Mapa da Fome por um longo tempo, saindo apenas em 2014, com uma taxa de 3% da população de subalimentados, de acordo com a pesquisa da FAO, daquele ano. O país foi destaque no “Relatório de Insegurança Alimentar no Mundo”, de 2014, por ter construído uma estratégia de combate à fome, quando recuperou o programa de merenda escolar e começou a desenvolver, em 2003, o Programa Fome Zero, por exemplo, que colocou a erradicação da fome no centro do programa político e colocou em prática uma estratégia integral para promover a segurança alimentar. Além disso, destacou-se, também, por ter reduzido de forma expressiva a desnutrição e subalimentação nos últimos anos.

No Brasil, a alimentação é um direito garantido pela Constituição Federal e, mundialmente, o tema é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que tem como meta acabar com a fome no mundo até 2030. Embora seja frequentemente associada a questões climáticas, Josué de Castro, ativista político brasileiro, foi o primeiro a estudar o fenômeno da fome no país e quebrou essa ideia ao analisar as regiões que mais enfrentavam a fome no Brasil, identificando suas carências. Josué comprovou que a ocorrência do problema e da desnutrição da população não tinha relação com fatores naturais, mas sim políticos.

Apesar dos estudos do ativista serem datados de 1952, os resultados se aplicam no contexto atual da fome no Brasil. O país está ameaçado de voltar ao Mapa da Fome devido aos cortes, realizados pelo atual governo, em ações como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e programas sociais, como o Bolsa Família, que atingiu cerca de 1,1 milhão de famílias, por supostas irregularidades.

Assim como o aumento da taxa de desemprego, causada pela crise econômica.  Outro fator de extremo risco para o Brasil é a implementação da PEC do Teto dos Gastos, que congela os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, agravando a situação social e aumentando os problemas de desigualdades sociais e da pobreza extrema, caminhando assim para mais “anos sombrios” no Mapa da Fome.

FONTE: FAO 2014

Países em laranja têm até 5% de sua população ingerindo menos calorias que o recomendável. Portanto, estão fora do Mapa da Fome. Foto: Reprodução - FAO 2014

PROJETO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO / RECIFE / 2018

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